Sonhar, sonhar e realizar: a história de Amanda Alether

Foto: Gustavo Pessoa

Nesta edição do NBN News, vamos contar a história de Amanda Alether, atleta de bocha paralímpica, publicitária e jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)..

Nascida em 20 de fevereiro de 1995, em Belo Horizonte, em Minas Gerais, Amanda foi diagnosticada, aos 4 anos de idade, com uma síndrome rara: a Síndrome de Leigh. E, a partir disso, começou a sentir seus efeitos, com a perda gradativa dos movimentos de seus braços e pernas e, posteriormente, a capacidade de falar.

Foram necessários anos de fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia para lidar com a nova situação. Hoje, mais de 20 anos depois, a fisioterapia ortopêdica e respiratória continuam fazendo parte do cotidiano de Amanda. Mas isto nunca foi motivo para Amanda desanimar ou desistir.

“Sempre lidei de forma natural com minha síndrome. Cresci em um ambiente familiar que me deu todo suporte e permitiu que eu me desenvolvesse da melhor forma.”, relata.

A bocha passou a fazer parte do cotidiano de Amanda em 2012, quando após ministrar uma palestra em uma universidade, um professor perguntou a ela se ela conhecia a modalidade. “Conhecer a bocha foi uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida”, celebra.

Desde então, ela passou a treinar por meio do Programa Superar, da Prefeitura de Belo Horizonta, com a ajuda de seu pai Romeu Melo e de seus técnicos, sem participar de competições regionais que dão vaga para o Brasileiro até 2015, pois Belo Horizonte ainda não tinha uma associação que levasse os atletas para competir nestes eventos..

Foi neste ano, então, que seu técnico na época, Deylor Guedes decidiu conversar com Gerson Falcão e Wagner Melo, de Campo Grande (MS), para que ela pudesse representar a associação deles durante o Regional Centro-Oeste, composto por equipes dos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e algumas cidades do TrIângulo Mineiro.

Com esta solução, Amanda competiu em um ano pelo Caira e dois pela Ativa. Enquanto esteva na Ativa-MS, em 2016, Amanda disputou as Paralímpiadas Universitárias e conquistou o 3° lugar. Em 2018, a atleta transferiu-se para a Associação Paradesportiva e Esportiva de Belo Horizonte (APEBH) e passou a disputar as competições do Regional Leste, composto por equipes dos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais.

 A partir da mudança para este novo time, adaptações foram feitas na calha de Amanda, com a adição de uma tabela com a força para cada bola, para que seu pai e calheiro pudesse identificar as instruções da filha, e palavras-chave para comunicação com os árbitros. Tudo isto, para possibilitar que a ausência de fala não seja impeditivo para a prática desportiva.

Em sua nova equipe, conquistou os regionais de de 2018 e 2019. Ela também passou a escrever, de forma voluntária, textos e notícias para o site da associação.

Junto com a trajetória como atleta, Amanda nunca deixou de ministrar suas palestras motivacionaisem universidades, empresas, clubes de futebol, sempre com o objetivo de motivar e estimular funcionários, alunos, professores, atletas e grupos. Tais palestras, resultraram melhor desempenho nas atividades profissionais e competitivas de seus ouvintes, criando expectativas de superação, motivação e felicidade.

As duas ocupações também disputam espaço com seu canal no YouTube em que fala sobre motivação e felicidade. Nele, mostra alguns de seus hobbies, como saltar de paraglider e rapel, atividades das quais se orgulha muito.

“Sempre gostei de esportes radicais. Já saltei três vezes de paraglider, em Caraguatatuba (SP). Na mesma cidade, tem o projeto Praia Acessível, que disponibiliza cadeiras para pessoas com deficiência entrarem no mar. E logo em frente, tem o rapel em cadeira de rodas. A sensação de adrenalina e  liberdade são inexplicáveis”, conta.

Durante a pandemia, ela passou a trabalhar com jornalismo, fazendo revisões de texto para o Grupo Serpa. Ela concilia esta nova ocupação com a leitura de livros e com os treinamentos de bocha no corredor de casa, que foi transformado em quadra por seu pai para que ela pudesse treinar.

Perguntada sobre uma mensagem de incentivo para deixar para os leitores, Amanda foi extremamente motivadora e otimista.

“Sonhe, sonhe, sonhe. Sonhe até que se realize!”, afirma.

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