MEU OBJETIVO É SER FELIZ: CONHEÇA A HISTÓRIA DE DAIANE NASCIMENTO

Hoje, vamos falar em nosso blog da atleta de Futebol em Cadeira de Rodas — também conhecido como Power Soccer — Daiane Nascimento, que foi entrevistada, na última segunda-feira (17), em nosso Instagram @newbeingnews. 

Natural do estado do Ceará (CE), Daiane do Espírito Santo Nascimento tem 30 anos e, desde pequena, foi diagnosticada com uma condição rara: a Polineuropatia, a qual lhe impediu de andar e a tornou cadeirante aos 10 anos de idade.

No entanto, isto não foi motivo para que ela desistisse de levar uma vida normal, terminar os ensinos Médio e Fundamental e de ter uma rotina igual a das outras crianças e adolescentes. Para isso, contou com a ajuda frequente de familiares, amigos, vizinhos e de sua força interior e sua resiliência para vencer os desafios impostos por sua deficiência. 

“Ao parar de andar aos 10 anos, não senti raiva e nem mágoa da vida. Graças a Deus continuei minha vida normal e não deixei minha deficiência me impedir de viver. Pelo contrário, só me fez ter vontade de lutar, de querer vencer e de derrubar os obstáculo que encontrei em meu dia-a-dia”, narra. 

Antes de conhecer e se encontrar no Power Soccer, modalidade em que pratica atualmente, Daiane passou pelo Basquete em Cadeira de Rodas e pela Natação.

O Basquete veio primeiro, quando ela tinha 23 anos. Sentiu-se encantada pelo esporte e participou dele durante dois anos. Em seguida, por não poder acompanhar o ritmo das outras jogadas, devido a um agravamento de sua condição física, Daiane decidiu migrar para a natação, porém não conseguiu se adaptar, não obtendo sucesso.

Foi nesse cenário de incerteza que, em 2014, ela finalmente conheceu o Futebol em Cadeira de Rodas, através do professor de Educação Física David Xavier, e não saiu mais, tendo participado de inúmeros campeonatos desde então. 

Em sua carreira como goleira do Futebol em Cadeira de Rodas, destacam-se as participações nos campeonatos brasileiros de 2014, 2016, 2017, 2018 e 2019 — campeonato em que sua equipe conquistou o vice-campeonato e a vaga na próxima edição da Copa Powerchair Libertadores — pelo Fortaleza Power Soccer, e a sul-americana e as Eliminatórias pela Seleção Brasileira, em que foi a única mulher convocada, em 2017 e 2019, respectivamente.    

“Participar do futebol em cadeira de rodas e, ainda por cima, ser a única mulher do time, tem sido muito maravilhoso e graticante para mim. Sou muito grata ao professor David por ter me apresentado o esporte e por deixar eu participar. Para mim, ele é uma espécie de segundo pai aqui na Terra. Sempre muito querido e amado”, revela.

Além de permitir que ela pudesse treinar e competir em torneios nacionais e internacionais, o Power Soccer também foi decisivo para a melhora da autoestima de Daiane e para que ela se sentisse incluída em um novo grupo, sempre buscando alcançar mais e mais em sua vida.

“No esporte, pude fazer novas amizades, principalmente com pessoas com deficiência, oportunidade que eu nunca havia tido. Conhecer o dia-a-dia dessas pessoas foi motivador pra mim, uma vez que pude ver que eu posso muito mais do que imagino. Foi algo que me incentivou a ser cada vez mais persistente”, celebra.

Hoje em isolamento social, devido à pandemia do novo coronavírus, e sem treinos presenciais, Daiane viu-se obrigada a utilizar essa motivação e incentivo que teve ao longo dos anos de Power soccer pra reinventar-se e manter a mente sã nesse período difícil. 

Foi aí que surgiu a meditação, o uso constante de aplicativos sociais, tais como Tik Tok e Instagram, para driblar os obstáculos impostos pelo atual momento.

Com a meditação, conseguiu manter-se calma e menos ansiosa, enquanto que com as redes sociais, além de interagir com pessoas de todo o mundo, ela também vislumbra um futuro profissional, com o crescimento de sua visibilidade como influencer digital — profissão que está em franco crescimento.

Perguntada sobre o recado que daria às pessoas que estão querendo entrar no paradesporto, Dai usa seu exemplo de vida para motivar os interessados.     

“O recado que dou é que venham participam, não desistam e agarrem esta oportunidade. Caso não se adaptem ao seu primeiro esporte, continuem buscando até encontrar outro que você goste e se encontre, como eu me encontrei no Power Soccer”, encerra Daiane, que pretende iniciar sua graduação em Design de Interiores no próximo ano.  

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